Já pensou em experimentar uma consulta com uma psicóloga online?
A prática em oferecer serviços psicológicos através de uma comunicação digital evoluiu muito. Através dela é possível se comunicar e se conectar com o cliente da mesma forma, às vezes me sinto como num espelho mágico. Aprendi a duras penas que é possível sim fazer um bom trabalho terapêutico online.
Cuidar da saúde mental, olhar nossas sequelas psíquicas de um mundo pós pandêmico, somado à adaptação das demandas contemporâneas, nunca se fez tão necessária. Com responsabilidade e de forma saudável podemos fazer uso da tecnologia para nos promover saúde mental. Usamos ela para tantas coisas banais, porque não utilizar as ferramentas virtuais para nos ajudar?
O primeiro sentimento é de que não vou conseguir.
A terapia online já existia, mas confesso que eu tinha preconceito. Sou da época do xerox, tinha vários argumentos contra e essa era a minha verdade. Com a pandemia a necessidade de desenvolver uma vida online do nada em meio ao caos que vivenciamos não foi uma escolha. O primeiro sentimento no peito é de que a internet é um mundo muito grande e infinito, sentia que não era para pessoas como eu. A quebra do meu preconceito para o novo não foi fácil, até hoje me sinto meio lesada.
Largada num canto, mesa, cadeira e wi-fi.
No meu caso, esse canto se tornou meu consultório, minha sala de reuniões, meus cursos, a supervisão clínica, o grupo de estudos, tudo. Esse canto é palco de choro, angústias, reflexões, mil inquietações e muita espera. Dois longos anos de pandemia se adaptando, aos poucos alternando com a vida real. Hoje em um mundo pós pandêmico, o mundo online é uma verdade que coabita com a realidade, não há como negar.
Muitas reflexões, prós e contras.
O preço não inclui despesas de espaço físico, psicoterapeuta e cliente não gastam tempo e dinheiro com deslocamento, trânsito e estacionamento. A sessão pode ser encaixada em uma janela na rotina atribulada. O rompimento da barreira geográfica fazendo conexões com pessoas em vários lugares do mundo, principalmente fora dos centros urbanos e em outros países, onde a oferta em português e de qualidade é escassa. Psis nunca estiveram tão por dentro da vida dos clientes. Muito bom para casos que há medo de sair de casa, por exemplo. É tendência mundial com estudos comprovados.
É verdade que os barulhos dos vizinhos e as falhas da internet são tristes demais, dá-lhe paciência com isso. Muitas pessoas não têm privacidade, vivem em lugares que não se sentem à vontade para falar, então é melhor se mover, seja para dentro do carro, para a pracinha mais próxima, é fundamental o zelo de ambas as partes para a proteção da privacidade online. Dependendo do caso e do se sentir confortável, principalmente para as crianças e adolescentes e quadros mais graves é importante que seja presencial.
Mesmo com a mesma qualidade e eficácia a conexão e sintonia cliente-psicoterapeuta no presencial é por demais especial. A minha maior saudade é a troca no abraço do final depois de tamanho câmbio.
Dois formatos do mesmo produto
Quase 10 anos na área clínica e a maior parte deles eu só enxergava o modo presencial, o modo online veio, me engoliu e explodiu a minha cabeça.
Acredito que o formato presencial é mais personalizado para casos específicos e o online mais prático, você pode escolher. São dois formatos diferentes, assim como outros fatores como o valor, perfil, as abordagens e métodos de trabalho, a conexão, o sentimento de confiança e não julgamento e todas as características que nos fazem se identificar com o profissional e querer contratar seus serviços ou não. Varia de acordo com o gosto do cliente e o importante é testar.
A maior lição pra mim nesses últimos 3 anos é o incrível poder de adaptação da gente, é surreal. Nós sobrevivemos pessoal, então, se um formato, ou um psicólogo ou terapeutas em geral não deu match com você, tente outros.
Não desista de cuidar de si. Gambatte!
Conta para mim, o que você acha sobre esses dois formatos?
Tem curiosidade com a psicologia online?
Psi Camila Massuda
CRP 08/20845
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